sábado, 13 de dezembro de 2014

Salvador Dali, 1943



FLUIR


Em sua ácida avidez de essência
o vazio difunde-se
no oco da alma...
E torna ermo o coração...
E torna gélida a razão...

Os elos se partem,
as fibras se rompem,
se dilaceram as entranhas...

Porém, onde já se impera o vácuo,
um ínfimo grão luzidio
rompe o casulo de seda
e, fundo, respira a liberdade
da vida teimosa...

Genny Xavier

4 comentários:

São disse...

Bem regressada seja, amiga !

Aprecio muito Dali, que prefiro francamente a Picasso - tanto como artista como pessoa.

O poema, como sempre , agradou-me muitissimo.

Abraço de matar saudades e que o seu domingo seja óptimo :)

Manuel Veiga disse...

olá Poeta! prazer grande saber-te de volta e partilhar a beleza e sensibilidade de teus poemas.

abraço saudoso

Mar Arável disse...

BEM-VINDA

Tudo pelo melhor

Moisés disse...

Belo, belíssimo poema Genny. Só podia ter vindo mesmo desse seu olhar.