segunda-feira, 2 de junho de 2014

Fonte Google


MELODIA

Não fosse essa estranha identificação
e não estaria eu, poeta das horas nuas,
a restaurar os rubros encantos
das melodias da alma...
Não fosse a noite
e o som de um blues de Robert Johnson,
e não estaria eu, perplexa e sem-jeito,
diante do susto dos dizeres mágicos,
trazidos de uma época que não vivi 
e evocados de ritmos que não celebrei
na órbita do seu tempo glorioso...

A música acalenta
as minhas melancolias de hoje,
saboreadas ao sabor da perenidade da arte.
Sem tempo e espaço
e sem limites dimensionais.
O fluxo das notas imprime um frêmito
nas marcas sensoriais do tecido pele.
Não há como resistir ao som
que embala o corpo em movimento...
Não há como conter a vibração
que eleva a alma e emociona o coração.

Genny Xavier

Pintura de Sebastian Kruger
Homenagem a Robert Johnson

3 comentários:

São disse...

Bem regressada, amiga!

Também adoro música negra: blues e espirituais, jazz nem tanto.

Abraço enorme de matar saudades :)

Manuel Veiga disse...

gostei de saber-te novamente.

regressas com belíssimo poema
encantador no seu registo de suave sensualidade.

bem vinda!

beijo

Mar Arável disse...

Bjs tantos

Bem-vinda