A PÁSCOA DO DIA NOVO
Outrora veio a noite
e os gritos cessaram
na mudez das vozes,
e os sussurros alucinantes também.
Aparentemente vazios
restaram todos os espaços
na boca do silêncio...
De repente,
do sangue vertente
dos lábios trêmulos
a voz (quase disforme) ressuscita
e percorre as ruas estreitas,
os becos fétidos
e as praças escuras da pólis urbana...
De repente,
desse tempo medonho
em que se revolve as entranhas da noite,
resurge o brado
no vigor pulsante
das roucas gargantas
ao romper da madrugada...
Então se refez o dia,
fecundado no último instante do ocaso,
gerado no silêncio do ventre da noite
e parido no primeiro suspiro do sol...
Genny Xavier
7 comentários:
poema vigoroso e belo...
prenhe de esperança. anunciando novas pascoas...
gostei muito.
beijo
É assim a vida
nos vagarosos instantes
Bj
Querida Geny
E de repente... faz-se um poema extremamente belo, cheio de força e terminando num raio de luz e esperança.
Muito bom!
Obrigada por teus votos de melhoras e demais palavras de carinho.
O "mau tempo" há-de passar, assim espero, e depois poderei retomar a normalidade.
Amanhã vou publicar um post, para não se esquecerem de mim... :)
Um GRANDE beijinho
Um poema com força e beleza , como é habitual em si, minha amiga.
Desejo um excelente fim de semana.
Querida amiga,
O poema é brilhante na mensagem e na beleza dos seus versos.
Obrigada pelo carinho e amizade Genny! Retribuo com sinceridade de sentimentos.
Uma excelente semana querida. Beijos com carinho.
.
De pé:
-Bravo!
-Bravíssimo!
Adorei você.
Beijos,
silvioafonso
.
O teu último comentário no meu blogue, há uns 3 ou 4 dias, poderia ser por mim aqui e agora reproduzido, porque se ajusta como uma luva ao que tu escreves em geral e a este poema em particular.
Na verdade, a tua poesia é profunda nos conteúdos e melodiosa nas formas que lhes dás.
E este poema, para além disso, é soberbo. Só um poeta feito consegue fazer poemas como este.
Claro que nada disto seria necessário dizê-lo. Mas se eu ficasse calado poderia ser entendido como o ter achado o poema bonitinho...
Cada poema que leio teu (e este não foge à regra), penso sempre que gostava de ter sido eu a escrevê-lo...
Beijos, querida Genny.
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