"Não entendo, apenas sinto.
Tenho medo de entender e deixar de sentir."
(Clarice Lispector)
DUELO
Eu me sinto
entre o peso e a medida
em que se pondera os sentidos
do coração exposto...
Ou se entrega livremente
ao rigor das brasas,
ou desliza tensamente
na fria rigidez do gelo...
Eu me sinto
ao sabor da metáfora
que pisa um chão
de estrelas intangíveis...
E teme um bloco de céu
desabando sobre os ombros
como se contrário fosse
o mundo dos afetos...
Eu me sinto
na antítese dos sentimentos
em que a lua me toma por bêbada
e o sol me aguarda ao amanhecer
para a lógica dos dias...
Ainda que me sobrem as reminiscências
do delirante aconchego
das noites de verão...
Ah! Eu apenas sinto:
Êxtase e graça,
dúvida e medo,
na afluência das veias abertas do corpo...
Genny Xavier
Foto web/Google
9 comentários:
Comentar? Eu?
A poetisa disse tudo!
Não há comentários, porque o poema tudo diz.
Um enorme abraço de admiração
Inteligência emocional...
belíssimo. enorme teu talento poético.
beijos
Espectacular amiga!! O poema é lindo,o pensamento fantástico e as fotografias super maravilhosas!! Gostei!! Beijinhos fofinhos e uma excelente semana para ti!!
Ao sabor das metáforas
e já é tanto
Bj
Quanto mais gosto de um poema mais dificuldade tenho em comentá-lo.
Este poema diz tudo! Comentar o quê???
Gostei, muito, e é tudo :)
Bom fim de semana. Beijinhos
Minha querida,
O poema é perfeito! Saboreá-lo com a alma, com o peito, com todas as veias abertas.
Beijos com carinho amiga.
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