INQUIETAÇÃO
Os olhos rastreiam estranhas imagens
e são densas as paisagens
que circundam o corpo
surpreendido pela o avesso da visão.
Estão suaves os escuros dentro de mim
e são femininas as minhas estranhezas
como as misteriosas sensações.
Brilhantes luzes vagueiam
sobre um negro pano de fundo.
Os toques tocam as possibilidades
e, diante de mim,
trazem a impressão das estrelas.
Eu sou agora a pura inquietação,
noturna e morna voragem,
sopro de brisa que em mim
provoca leves rubores...
Eu sou o eco das minhas vontades,
feito as águas do rio e suas profundezas.
Genny Xavier
9 comentários:
Também ando a me inspirar em estrelas, mas não a expressar tçao bem como você! Lindo poema, me encontrei nele. Beijos!
Palavras limpas
nas águas fundas
Belíssimo poema Genny,estou olhando outros, já pensando em musica-los. Abçs e Bjs
De uma sensibilidade exata. Ah, amiga, quando teremos o seu livro na praça?
TE AMO
O Falcão Maltês
"Eu sou agora a pura inquietação,
noturna e morna voragem..."
sensorial e vibrante, como as cores de Van Gogh.
beijos saudosos.
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Ainda o sono agoniado
e o desatino de poeta
de coitos em noites de sortilégios
de urbes medievais inconquistáveis
e aventuras rosáceas
Ainda os encantos inventados
piratas, alienígenas e vampiros à espreita
o mistério da terra e da semente
o olhar dadaísta
e sustos cíclicos de menino
Ainda o mundo sem fim
o coração aos saltos
a alma líquida e insone
a dúvida lânguida
o céu e os rios, a chuva e o sol
E sobre os versos imperfeitos
o espírito inquieto
a melodia fraterna
a fauna invisível
o tempo que não volta mais
Ainda a alquimia da vida
o abraço sentido
núpcias de línguas de fogo
o desânimo de patas e focinhos
e a compaixão em um universo molusco
E nos subúrbios
na aridez do sertão
nas montanhas lá de longe
nos recantos obscuros
no fulgor das trevas:
fadigas e fragilidades
aranhas e formigas
insultos e armadilhas
a textura do amor que cega
nos cobrindo de beijos e cravos
Ainda o amor cálido se derramando
vestido de púrpura, de prata, de delicadeza
à espera do simples e do justo
ANTONIO NAHUD JÚNIOR
fiquei quieta nessa inquietude ampla. Esse quadro escrito. Nessa sensibilíssima emoção.
o céu de van gogh. existe outro mais poético?
O Falcão Maltês
Genny, extrapolou emoções. Até as estrelas brilharam mais nesse céu que vislumbro na sua poesia.
Grande abraço.
Rita
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