POEMA POR UM MOTIVO DE FLOR
Em sonho, estive querendo
sondar os olhos e as mãos
de quem me deu uma flor:
Dos olhos,
eu queria
um lago de águas de placidez.
Das mãos,
eu queria as rotas
de lentas texturas a passear.
E da flor
- púrpura cor em broto -
eu queria o pulso de pulsar.
Mas, as horas passam
e marcam o tic-tac
que intermediam
assuntos confessáveis.
Os olhos, as mãos e a flor
são ritos sutis
que suavizam
palavras de densidades.
E, enfim,
há nesta noite
de surpresas inconfessáveis
uma fenda e uma réstia:
Da fenda,
eu espio uma imagem
e da réstia,
eu penso chegar mais perto...
Genny Xavier
5 comentários:
Espiar, na fenda, uma imagem é a tarefa de quem escreve assim poemas tão belos.
Bom domingo.
Oi Geny,
Adorei o poema que vc deixou no meu blog.E não só,adorei ler Manoel de Barros e sabê-la de Itabuna.Estou em Trancoso e MEU DEUS como amo a Bahia.
Ontem postei no www.euamotrancoso.blogspot.com
Passe por lá.
Com carinho,
Cris
que a fenda se abra em flor. e o pulsar em sangue. e seiva...
belíssimo e delicado poema. na subtileza palpitante das horas em "tic tac..."
beijos
É dessa fenda que nasce todo o pulsar do ser.
Mas ser fenda não basta. Pulsar também não. É preciso mais. Muito mais...
Aquele 'it' que só a poesia traz.
Grande abraço
Querida amiga,
da citação ao título e todo o corpo do poema pulsam sensibilidade e beleza. Lindo! Obrigada, Genny.
Carinhoso beijo.
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