"Foi bonita a festa, pá
fiquei contente
'inda guardo renitente um velho cravo para mim.
Já murcharam sua festa, pá
mas, certamente
esqueceram uma semente nalgum canto de jardim.
(...)
("Tanto Mar". Trecho de música de Chico Buarque)
____________________________________________
SARAMAGO: Semente de cravo brotada nalgum canto de jardim...
fiquei contente
'inda guardo renitente um velho cravo para mim.
Já murcharam sua festa, pá
mas, certamente
esqueceram uma semente nalgum canto de jardim.
(...)
("Tanto Mar". Trecho de música de Chico Buarque)
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SARAMAGO: Semente de cravo brotada nalgum canto de jardim...
"Não direi:
Calado estou, calado ficarei,
pois que a língua que falo é de outra raça.
(...)
Só direi,
crispadamente recolhido e mudo,
que quem se cala quando me calei,
não poderá morrer sem dizer tudo."
(Fragmento de "Poema à boca fechada". José Saramago)
No dia 18 de junho, as 12:30 horas, o escritor José Saramago disse adeus ao mundo serenamente. Talvez, em seu último respiro terrestre, tenha lembrado da frase da sua avó Josefa: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer". Não creio que ele, como homem filosoficamente ponderado, tivesse pensado na frase com alguma amargura, mas com o lirismo tocante de quem lamenta perder a beleza da vida e, especialmente, do amor...este amor humanista que lutou pelos injustiçados...este amor de escritor que se comprometeu com as palavras...este amor de homem que viveu com Pilar Del Rio...
Sobre a musa amada e companheira ele disse numa entrevista: "Se eu tivesse morrido ao 63 anos antes de lhe ter conhecido, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora"... ainda bem que aos 63 anos ele a conheceu, não fosse isso, todos nós estaríamos mais pobres de sua literatura produtiva e vigorosa bem antes de 2010...
Pois, neste meu adeus ao mestre, celebro o AMOR pelo qual lhe dedico um cravo-símbolo cuja liberdade professou...e um poema de amor pela mulher que consagrou...
POEMA DE AMOR
Um poema de amor,
requer um céu azul emprestado do universo
e estrelas do mar para se colar na folha em branco...
Um poema de amor,
necessita de leveza, pluma, pena e espuma
que as ondas do mar carregam no refluxo das marés...
Um poema de amor,
precisa do riso solto copiado do circo, do parque e da ciranda
que a infância traduz...
E, também,
carece de luz seja do sol ou da lua
para clarear os caminhos em que as pedras se olham...
E, ainda, de tanta vontade e sentidos,
um poema de amor precisa amar
para que se alcance o céu, a leveza, o riso e a luz...
E, assim, um poema de amor,
é mais que a pena em que se escreve no papel as letras,
é metalinguagem que o coração constrói e versifica...
requer um céu azul emprestado do universo
e estrelas do mar para se colar na folha em branco...
Um poema de amor,
necessita de leveza, pluma, pena e espuma
que as ondas do mar carregam no refluxo das marés...
Um poema de amor,
precisa do riso solto copiado do circo, do parque e da ciranda
que a infância traduz...
E, também,
carece de luz seja do sol ou da lua
para clarear os caminhos em que as pedras se olham...
E, ainda, de tanta vontade e sentidos,
um poema de amor precisa amar
para que se alcance o céu, a leveza, o riso e a luz...
E, assim, um poema de amor,
é mais que a pena em que se escreve no papel as letras,
é metalinguagem que o coração constrói e versifica...
José Saramago e Pilar Del Rio
10 comentários:
Ê, amiga, se superou. Belo poema, belo texto sobre Saramago. Também acabo de escrever um pequeno artigo sobre o autor de "Memorial do Convento" - a sua obra que mais gosto. Será publicado no jornal Tribuna do Norte, daqui, de Natal. Falo do seu humanismo, da sua luta por um mundo melhor... REcordo os nossos encontros...
Beijos. Gostei muito.
Obrigada por lembrar Saramago.Já agora permita-me lembrar também o estupendo escritor falecido já em junho chamado João Aguiar, cujos livros recomendo vivamente.
Um abraço.
excelente composição. que enternece em devoção à memória de Saramago.
e honra a nossa lingua comum. na doce entoação brasileira...
muito belo teu poema - amorosa "metalinguagem", que ecoa como estremecimento de alma...
beijos
Que bonito, Genny! O cravo vermelho, a música do Chico, o texto sobre Saramago e seus amores, o Poema De Amor.
É muito bom vir aqui!
Bjim, bom findi.
Genny,
que delícia a construção deste texto/poema em homenagem justa e merecida a Saramago. Obrigada, amiga.
Carinhoso beijo
Saramago não é um dos meus escritores preferidos. Mas a sua história pessoal de amor é digna de filme de Meg Ryan. Bom para ele enquanto viveu, não?
Um post quádruplo de ótima qualidade: o trecho da canção de Chico: o mini-artigo; e os dois poemas.
Um beijo!
Belissímo. Parabéns pela inspiração!!!!!
Beijos.
***
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comoveu-me. grato, de coração.
deixo um abraço fraterno.
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