quarta-feira, 17 de junho de 2009

OS VERSOS SE GUARDAM


SUTIS SEGREDOS



Há um sentido latente
para o beijo não acontecido
que desmorona as intenções
e desfalece a sutilezas.

Há um sentido para alguns perfumes,
aspirados como viagem em segredo
quase voláteis
ao sabor do vento.

Há um motivo imensurável
para se capturar a música invisível
que atravessa caminhos audíveis do corpo
como notas em partituras.

Há um desmanchar de vontades
que reanimam os sonhos
ao morrer da tarde
na derradeira réstia do sol.

Há, sobretudo, o silêncio
da morte crepuscular das horas claras
que salientam os perenes anseios
das noites dos amantes.

Mas agora a noite se foi no lusco-fusco do dia,
soltando o tênue fio da cumplicidade...
Novelo cuidadosamente posto
no baú de coisas guardadas.


Genny Xavier

5 comentários:

Antonio Naud Júnior disse...

Tá cada vez melhor...
Beijos

Taty disse...

Sem palavras estou...Lindo!

Giovani Iemini disse...

bonito.

Zé disse...

Genny, mestra da perplexidade e da tez tênue do entretanto. Amamos você.

Anônimo disse...

Bunito isso. Por isso que vai pro céu dos poetas comigo. Rs.. Moisés.