OLHAR OS OLHOS DO OUTRO
Os olhos capturam o susto,
dizem mudos que os dias não são sempre iguais
e que há sempre uma espera factual
o imperceptível e o avesso
de uma realidade que é surpresa.
Olhar os olhos em susto
é perceber suas rotas
e seus imperceptíveis desvios...
e encher a percepção de intuitiva compreensão
de solidária ternura de olhar os olhos do outro.
dizem mudos que os dias não são sempre iguais
e que há sempre uma espera factual
o imperceptível e o avesso
de uma realidade que é surpresa.
Olhar os olhos em susto
é perceber suas rotas
e seus imperceptíveis desvios...
e encher a percepção de intuitiva compreensão
de solidária ternura de olhar os olhos do outro.
Que há de se dizer
quando se descortinam caminhos novos
na trajetória do outro?
Há silêncio que paira na mudez dos olhos
e não compreendemos nunca
porque forjamos as estradas
que ainda não foram abertas.
O tempo diz que tudo é descoberta.
O tempo restitui os mistérios
e acomoda as retinas inquietas...
Há de não se temer as descobertas.
Há de se mastigar o novo.
Há de não se lamentar as escolhas...
quando se descortinam caminhos novos
na trajetória do outro?
Há silêncio que paira na mudez dos olhos
e não compreendemos nunca
porque forjamos as estradas
que ainda não foram abertas.
O tempo diz que tudo é descoberta.
O tempo restitui os mistérios
e acomoda as retinas inquietas...
Há de não se temer as descobertas.
Há de se mastigar o novo.
Há de não se lamentar as escolhas...
As mãos que estão próximas
percebem que basta um gesto
para tocar a face quase intocável do outro.
As mãos precisariam do afeto explícito
para fraternizar o sentimento mudo.
Por que não há solidariedade sem amor,
nem canção de ninar sem acalanto.
As mãos, então, guardam o gesto tátil
percebem que basta um gesto
para tocar a face quase intocável do outro.
As mãos precisariam do afeto explícito
para fraternizar o sentimento mudo.
Por que não há solidariedade sem amor,
nem canção de ninar sem acalanto.
As mãos, então, guardam o gesto tátil
que se comunicam em invisível mensagem:
De olhar e compreender o que se captura;
De olhar e perceber o que mudamente se fala.
De olhar e compreender o que se captura;
De olhar e perceber o que mudamente se fala.
Genny Xavier
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Um comentário:
Querida Genny,
Depois de algum tempo e leituras detidas em torno dos teus sensíveis signos, confesso estar bem à vontade por aqui. Entre as tuas linhas, vai um tanto cultivada essa minha vontade da palavra, aspecto que, inclusive, você ressalta bem num dos poemas aqui apresentados. De toda a gama de versos aqui presentes, pulsam vivos impulsos dos quais ela, a grande mestra poesia, é imensamente capaz de abarcar, sobretudo quando estão em voga os contornos misteriosos de nossa existência.
Pergunto-me frequentemente se a poesia é capaz de nos redimir. De fato, há a reinvenção de nossas vidas, seja no desejo que paira mesmo míope, seja na dor que atravessa certos e inevitáveis dias. Até mesmo esta última confere beleza ao fazer poético.
Além dessa bela variedade de versos disposta aqui, há também o seu valioso instante prosa. Destaco, então, a intensa via de reminiscências presente em seu conto "Silêncios".
Confesso que, definitivamente, essa mídia pela qual você agora desfila seus escritos serve como uma fonte preciosa de cultivo às palavras. Como é bom poder tê-la aqui, assim, num site onde teremos a certeza de que encontraremos letras sinceras, cujo teor abraça lampejos necessários da alma. Pois sim, escrever é agarrar o desafio de enxergar os cantos mais discretos e despercebidos.
Seu Baú de Guardados, Genny, deixou-me profundamente tocado. Há vida por aqui! Uma vida que canta a sua nobre continuidade. Que assim seja, então!
A você, todo o meu carinho e admiração. Conte comigo para a divulgação do teu encantador espaço literário.
Beijo grande!!
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