Pintura figurativa de Mary Jane Ansell |
SOLITUDE
O
tempo, que incide sobre as memórias,
traz
à tona, por breves momentos,
alguns
pedaços de cenas vividas
ou
rostos que julgamos esquecidos
lá
no fundo dos nossos baús de coisas guardadas...
Nos
chegam como as cartas antigamente chegavam,
entregues
à mão,
com
os cheiros das pessoas e lugares grudados ao papel...
de
surpresa...a trazer repentinas notícias de longe.
As
reminiscências somem ao piscar dos olhos
e
deixam-nos o gosto do sabor não saciado,
como
doce roubado...ou beijo quase saboreado.
Acaso,
ao lembrar o tempo passado,
nos
flashes fotográficos das lembranças,
algo
nos anseia, como uma dor mansa
a
fluir pelos vasos sanguíneos.
Não
há retorno do vivido
e,
como o amor partido,
cristais
quebrados não se recompõem.
Desta
forma, seguimos na solitude dos dias,
entre
muitos como nós
e
entre tantos que nos divergem,
colhendo
do tempo ido, as memórias,
e
do tempo agora, os dias ermos...
Genny Xavier
Um comentário:
SUBLIME!!
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