quinta-feira, 4 de novembro de 2010


SINESTESIAS DE UM TEMPO INCERTO

Cheiramos máquinas nos jardins de agora.
Respiramos resíduos que nos contaminam a existência.
Tocamos em algo que o coração desconhece
mas espreita, inquieto, buscando o inusitado sinal
que a divindade ainda não pode nos dar.
Resistimos as tempestades que explodem,
como se trocássemos fusíveis na alma dessa emoção.
Estamos mais sós diante da máquina.
Percorremos o limite que supera nossos íntimos desconfortos.
Canibalismo existencial!
Somos, então, inperfeitamente deificados,
antropófagos, comedores das emoções nossas e de todos,
vampiros cibernéticos dissimulando homens
janelas abertas que sonham o mar e horizonte...

Genny Xavier


9 comentários:

São disse...

Concordo, estamos cada vez mais sós diante das máquinas!
A comunicação já não se faz olhos nos olhos, mas através de computadores, televisores, telemóveis, ...

Um bom final de semana

São disse...

Ficaria grata se fosse até ao "são"

Aproveito para lhe dizer que acho extraordinária a foto da pessoa nua sobre a máquina

Lhe desejo um bom fim de semana

Ainda: que Dilma desempenhe bem o papel, para bem do Brasil e para dignificação do sexo feminino

Rita Lavoyer disse...

Grande, Geny!
Obrigada por visitar-me e pelos comentários carinhosos..
Fique à vontade para pegar do blog o que achar que tem proveito.
Depois que um texto é escrito e publicado, ele deixa de ter dono.
Grande de abraço.

Ricardo Stumpf disse...

Oi Genny

Adorei seu blog. Como a poesia faz falta na nossa vida cotidiana. Vou segui-lo. Beijo

Ricardo

Manuel Veiga disse...

prevalecem por vezes restos do sonho. que ganham asas em forma de poema...

... e emoções partilhadas

belissimo

beijo

Manuel Veiga disse...

prevalecem por vezes restos do sonho. que ganham asas em forma de poema...

... e emoções partilhadas

belissimo

beijo

RENATA CORDEIRO disse...

Gostei muito, Geny, saudosista que sou da *boa* sinestesia*.
Um beijinho enorme, querida.


Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.


Mário Quintana

Boa Semana e Até a próxima
Renata

Desnuda disse...

Querida amiga,

as fotos são espetaculares! Admiráveis, realmente. Um enquadramento perfeito para este poema real, urbano e belíssimo na construção. O título é perfeito, e indica a sua profunda e sensível visão. Adorei Genny.


•Estava mesmo saudosa, amiga. Mas eu também ando sumida... Este ano mais, acho rsrs.

Carinhoso beijo, querida. Obrigada.

ANTONIO NAHUD disse...

GOSTEI DA IDÉIA DO "CULTURA EM FOCO"!
Beijos