segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Só se sente nos ouvidos o próprio coração."

SILÊNCIO


Se tenho de escrever algo
nesta adiantada hora da noite
e nesta altura da vida,
escrevo sobre o silêncio
que cala o tempo,
petrifica a alma
e faz suar as paredes...

Mas posso adiantar também
que, de fenda em fenda,
esse silêncio
pulsa num intervalo
onde, estrondosamente,
uma pena sibila no ar
e desce, suavemente,
para pousar o chão...

Se há silêncio,
a pena desfaz...
Se há densidade,
a leveza dissolve...
Genny Xavier


2 comentários:

felipe disse...

bonito, bonito, bonito! e como esse poema próprio em si é; o denso silêncio do tempo que vai sendo suavizado com o escorrer de versos simples que o conotam.

Wolf Heart disse...

Bonito e triste ao mesmo tempo..., mas como sempre, muito sensível, Genny.

- Marcos.